terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ontem


The same old thing


É o mesmo problema de sempre e o maior problema de todos
é a natureza pura do meu caos pessoal e o único mal que consegue me acertar
É a voz familiar que grita no epicentro de todas as minhas fugas

É uma ferida que nunca cicatriza que hora ou outra se abre novamente
e corta a carne e sorva o sangue

É onde viro o vilão casual das rotinas que nunca quis
tudo para proteger os que amo... de quem for.

E Não!
Não barganharei o silêncio hipócrita dos bons
não vendarei meus olhos e nem fingirei não estar acontecendo
a indiferença não passa por aqui. e se for para ser assim...
que seja, então.



Refúgio


A sensação é a mesma...
a mesma de 26 anos atrás

É como estar sempre exposto à luz
sem a segurança do silêncio
ou a proteção da paz

Todos precisam... de um refúgio
um canto de paz para exilar-se da dor
para fugir do medo...

...um lugar cercado de proteção
onde você possa recuperar suas forças
e enfrentar o amanhã revigorado

Um lugar onde possa encontrar um canto de paz

onde está o meu?

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Palavras sem estruturas
assim como eu estou
só hoje.

cansei das minhas fugas
e de procurar desculpas
só hoje.

Sei que Deus nunca nos dá mais do que podemos aguentar.
mas uma vez em nunca posso me permitir o desabafo
só hoje.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Um ovo nada pessoal


Hoje acordei levemente decepcionado... Não tinha sonhado com nada... Nada mesmo...
Estava em uma maré tão boa de sonhos lúcidos e simultaneamente envoltos em fantasias ridiculamente desconexas. E todos me faziam acordar bem.
Em um estava a atropelar cobras gigantes pilotando uma lambreta com minha irmã (na direção) em um dos cartões postais de Manaus... Em outro, uma estória inteira envolvendo zumbis e vampiros... Com direito a acordar para planejejar o que pretendia fazer e voltar para o mesmo sonho.

Entretanto essa noite foi diferente! um lapso temporal em um tom branco, e só.
Diante da decepção egoista... Minhas paz era maior, claro! Afinal... há dias mantinha o controle deles. Tudo regado a dois pesos e duas medidas... Como sempre deveria ser. Mas é claro que o meu tão companheiro de dias sem fim, o caos, não deixaria por menos...

Essa manhã "ele" havia me presenteado com uma surpresa! Embora não fosse uma surpresa boa, tão pouco trouxe tristeza! Talvez apenas tenha libertado minha mente da inércia matinal para pensamentos aleatórios!

Eu mal saíra de casa e constato a obra de arte urbana pós-poderna cravada no vidro dianteiro do meu carro: Pedaços do que antes foi um ovo, enfeitados aleatoriamente pelas mãos da física , secos e grudados em meu patrimônio de maior valor de forma violenta e irracional.

Inicialmente? um sorriso (verdadeiro) com cara de "Justiça feita e merecida". Sim, eu acredito que somos merecedores de tudo que nos ocorre, (por mais que nossas lembranças ou raciocínios não possam explicar) sejam bons ou ruins, independente de caber a nós (ou não) o entendimentos da trama do destino.

Primeiramente a análise: Pela forma em que os pedaços estavam dispostos, presume-se que o ovo foi jogado por alguém que vinha pela rua e não pela calçada, e pelos estilhaços de casca que alcançaram até o muro constata-se que: ou a pessoa vinha em alta velocidade em um carro ou em uma moto ou estava realmente furiosa (nesse momento parei para rir bastante ao imaginar a cena).

Contudo não adiantava avaliar nada além disso! Mesmo que considerássemos que a pessoa poderia ter vindo da rua de baixo o que poderia indicar que a pessoa havia premeditado o ataque por vir de uma rua de pouco movimento, ou veio da rua principal e fez o retorno ao identificar que o carro me pertencia... Ou ainda, que poderia ter esperado o vigia (que costumava sentar ao lado de casa com exceção aos momentos em que fazia sua ronda pelo conjunto) ou que simplesmente "coincidiu" em passar no momento em que o vigia não estava.

Então pensei em todas as minhas ex's. É claro que pensei nas psicóticas primeiro (o que representava a maioria gritante! ¬¬) mas nenhuma delas faria algo depois de tanto tempo... Geralmente as psicóticas gostam de destruir mundos com suas unhas descascadas enquanto o sangue ainda ferve! perdidas em sua raiva cega e fúria assassina! E mesmo que fizessem... fariam algo realmente danoso... O que varia desde furar pneus até seguir as novas tendências como incendiar carros e etc.
Pensei também na empregada recém demitida da casa de meus pais (de mesmo logradouro) que também tem problemas psicológicos e acredita ser trabalho escravo, trabalhar das 8h as 14h com longas pausas para refletir sobre a vida comendo pitombas...

Enfim! Nenhuma dessas hipóteses apontaria ao responsável ou se o ataque estava direcionado ou se era aleatório. O fato é que tão pouco importava o autor ou a intenção, mas sim o porquê. Eu realmente não sou ligado a bens materiais... E nesse ponto sou realmente um monge budista! se quebrou, tento consertar, se não houver conserto... Trabalho e compro outro! Simples assim! E tão pouco seria um "dano" reparável a 3 minutos de água e sabão que me traria algum fio de preocupação. Mas pensar é divertido... e sempre válido!

Apenas sei que no frigir dos ovos: seja acaso ou intenção... esse pequeno mal (quase um heads up!) funcionou como a única função que todo mal que nos aflinge deve ter: vir para o bem. =D

Não sei explicar mas hoje senti vontade de fazer/comer pudim... uhm.... pudim..