
Ato 1
Em meio ao limbo diário
Alheio em uma dor silenciosa
excruciante e ao mesmo tempo inerte
cercado de palavras claras
e explicações dolorosas demais
Era a força da vida que procurava um eixo.
Exigências que sufocavam,
cobrança dependente e vil.
Nada parecia, de fato, perdido.
mas o ceticismo exagerado começara a incomodar.
Seus tentáculos pareciam mais fortes
e me envolviam com sua malícia
Quase uma cegueira latente
laços e correntes apertavam mais a cada tentativa
corroiam a carne e sugava o sangue
Permearam sonhos alheios e os destruiram sem culpa
leeches da vida comum
Ato 2
Ontem,
Fui tomado... Abalado...
Atordoado por uma vontade maior do que eu.
como quem acordara de um longo torpor
e cansado de sofrer pelas lágrimas alheias
Livre de todas as penitências...
Há quem perca a vontade de viver para sonhar.
Quis os dois, sem arrependimentos.
Mas eu precisava de um impulso maior
e assim, fui libertado das prisões que eu mesmo criei
(auto-flagelações a parte, masoquismo não)
com duas palavras temperadas a pitadas de loucura
quem sabe mais frases, então.
Minha realidade não-mais-alternativa, agora sorri.
É hora de dançar e aceitar...
Dançar à vida e aos sons que apenas nós escutamos
Aceitar que o que passou, passou
"fi-lo porque qui-lo"
por ser sincero, por honrar minha vontade
e evitar sofrimentos futuros
Mudei de ideia, sim.
Me dou o direito de não me deixar escravizar pelos dias que eu não sonhei.
ponto.
Reciprocidade e dedicação mútua, é um começo.
Saber é relativo, tentar não.
que seja então minha busca.
Um antigo ciclo infinito agora para.
fe-liz-men-te. =D